Caro Alguém ou Ninguém, tanto faz não me importo,

Hoje: 06 de Agosto de 2010

sexta-feira, um dia como outro qualquer na minha vida.

 

Nome: Hermes Gomes Silveira

Idade: 19 anos.

Declaração:

Por que a vida é tão angustiante?

 


Hoje é mais um dia inútil na minha vida, mais um dia onde vou fazer tudo o que fui pré-progamado para fazer.

 

Lista de coisas para fazer:

 

1.       Acordar, escovar os dentes, tomar banho;

2.       Vestir-se rapidamente;

3.       Tomar café (se der tempo);

4.       Ir para a escola.

 

O dia é exatamente igual aos dez últimos, ameno eu diria. No ônibus as pessoas entram e sentam sem nem se olhar, será que acreditam que trocar um olhar é algo demoníaco? Sabe, se o homem é um ser puramente social, como nos diz a filosofia, por que então nos tornamos tão frios e ate sociais?

 

Hoje, como em todos os dias nos últimos três anos, todas as pessoas sentadas ali, assim como eu, têm um programa a cumprir, algo muito mais importante, algo muito mais urgente para fazer. Finalmente me levanto para sair, ninguém da atenção a esse pequeno movimento, mais uma vez me pergunto se a vida é mesmo algo útil, concluo que sim.

 

Na descida do ônibus não encontro ninguém, começo a caminhar me direção ao portão, enquanto o ar frio da manhã agita minhas roupas, incrivelmente isso me da uma estranha sensação de liberdade. Fecho os olhos e aproveito isso e caminho mais lentamente de olhos fechados.

 

Varias pessoas já estão na escola quando finalmente chego, nenhuma delas me da bola, resolvo me sentar em baixo de uma grande árvore que fica no centro do pátio, dali fico observando as pessoas.

 

Todas fúteis em minha opinião. De onde estou vejo garotas fingindo que são estudiosas, com os livros abertos. Seria convincente se não fosse o fato de as folhas estarem ao sabor do vento. Na verdade elas só estão ali para observar um grupo de garotos altos e esbeltos que conversam sobre um coisa que para muitos é banal em nos dia de hoje, futebol. Enquanto elas tentam de todas as formas chamarem sua atenção eles vão caminhando em direção a cantina. Ali esses caras se encontram com outros apenas para começar a algazarra de sempre sobre quem pegou mais que quem na ultima balada.

 

Mais uma vez me pego pensando o que não daria para estar com eles, sendo o centro das atenções também? Finalmente lembro-me de que já estive ali. Lembro-me de como me sentia quando estava entre eles, principalmente quando era disputado por todas aquelas garotas. Fecho minha mente para essas lembranças. Felizmente nessa hora sou despertado dos meus devaneios pelo sinal que anuncia a chegada de mais um dia sacal na minha vida! Uma das poucas coisas que me consolam enquanto caminho em direção a minha sala pra assistir a primeira aula é saber que de alguma forma hoje eu sou melhor do que era naquela época.